quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Por água abaixo...

Cai a chuva das madrugadas, a chuva que separa amantes, que aumenta distâncias e isola idéias. A água que mantém a vida também é a mesma que mantém-nos encarcerados, sob os cadernos, gastando grafite, gastando tempo, gastando idéias...
A TV só me mostra o drama alheio, que sequer consegue alcançar meu coração. Seu humor não tem graça, e suas tragédias me fazem rir. Só esporte tem me dado alegrias, e os noticiários só aumentam meu tédio.
As músicas estão ficando falhas de tanto escuta-las. O jogo de paciência é impossível, pois as cartas, de tão velhas, já se apagaram. O computador está coberto de poeira, e a lâmpada começa a piscar...
Volto então minhas mãos, que há pouco tentavam desafinadamente tocar alguma música no violão, para o caderno, enquanto minha mente está egocentricamente e inutilmente voltada somente para ela mesma. Escrevo sobre amor, sobre dor, sobre tédio, sobre problemas sem remédio e nem cura, sobre a vida dura. Gasto as tediosas horas de meu dia descrevendo e escrevendo dramas, dos quais muitos são vividos por este autor que vos fala, e perco-me por entre essas linhas confusas e idéias utópicas. Percebo então o quão inuteis são minhas horas, sejam elas gastas pelo tédio, ociosidade ou por meus textos, pois no fim, só servem para que eu possa pensar na minha vida.
Bom, por aqui vou terminando, porque o lápis está no fim, assim como as idéias, e também porque o papel já não agüenta mais meus dramas eternos e insolúveis.

Thiago Lacerda

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