terça-feira, 27 de abril de 2010

Manifestação

Compressão
O coração prestes a explodir

Impressão
É a primeira que fica

Depressão
Só pra quem não tem Deus

Expressão
Quem sabe tem o mundo na palma da mão

Repressão
No fim, nunca funciona

Discrição
Importante para tudo

Descrição
As vezes não interessa

Coração
Prestes a explodir...

Thiago M. Lacerda

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pensando alto

Trabalhando, de camisa e jeans, não me sinto o mesmo. Não pareço aquele que, de bermudão e havainas, passavas as tardes quentes de verão tocando violão na praça. Mas não é só. Se minha imagem não condiz com o antigo, meus atos tampouco. "Tu é o cara que toca violão! Alegria!", acho que tenho ouvido isso bastante, e não a toa. Porque essas marcas insistem em mudar o meu mundo? Essas cicatrizes conseguiram por fim me deixar mais insensivel ao mundo. Não menos apaixonado, mas na verdade menos sensivel às alegrias da vida...

Mas vejo ao longe um pequeno raio de sol...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pequeno raio de sol

De onde vem tanta alegria?
Está estampado em teu rosto
Em teu sorriso e teu olhar
Esse brilho de magia

De onde vens, menina?
Que lugar abriga tão meiga criatura
Que possa com um simples sorriso
Fazer o mundo inteiro brilhar?

Oh, não, ainda não estou louco
Teus olhos não mentem
De propósito, deixam escapar
Aquilo que os outros não sentem

Oh, não, ainda não estou louco
Existe uma aura de pureza que te envolve
Eu a vejo com esses meus olhos tristes
Refletidos no brilho intenso do teu olhar

Oh, não, acho que estás me deixando louco...



 Thiago M. Lacerda

terça-feira, 13 de abril de 2010

O que nos trouxe até aqui

"Afinal de contas, o que nos trouxe até aqui? Medo ou coragem? Talvez nenhum dos dois." Já dizia Humberto Gessinger na letra de Armas Quimicas e Poemas. Em meio a um problema enorme sempre pensamos "Ah, se aquilo não tivesse acontecido", mas ninguém percebe que as vezes o acontecimento que desencadeou todos os problemas também trouxe coisas boas e mudanças importantes. Lembro-me de odiar o dia fatidico em que eu encontrei aquela guria no saguão do colégio. Ela nem me deu bola, mas o destino fez com que nos aproximassemos. Foi a segunda guria de quem eu realmente gostei, e não preciso mentir quanto a isso, sofrí muito. Há quem dirá que não valeu a pena e que tudo que passei por ela foi só um atraso de vida, mas foi também por ela que aprendí a escrever. É, os primeiros poemas da minha vida a tiveram como inspiração. O nascimento desse blog se deu, por consequencia, pela necessidade de publicar os poemas que escrevia pensando nela. Por ela aprendí a tocar violão, fui pro CLJ. Será que deveria realmente odiar aquele dia? Mas costumamos perceber sempre o lado ruim das coisas, que normalmente é infinitamente menor que o lado bom.
Medo ou coragem? As vezes não basta termos coragem, pois o medo alheio também é um obstáculo. Já tive muitos medos, mas o medo que realmente mudou a minha vida, ou melhor, não permitiu que ela mudasse, não foi meu. Enquanto eu tive a coragem necessária pra chegar até ali, e pra seguir em frente, a outra parte tinha medo, e só o medo.
O que posso responder? Talvez, nenhum dos dois...

Thiago M. Lacerda

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A nossa velha infância

Sozinho em casa. Sem aula. Sem movimentação. Em plena quarta-feira. Decidí tomar uma caneca de café com leite, e liguei a TV para assistir qualquer coisa enquanto preparava a bebida. Sintonizei em um canal da TV paga que há muito não via. Passava Pokémon. Aquilo me trouxe inumeras lembranças e sensações. Extasiado, sentei-me, bebendo meu café quente e pardo, e prendí-me aquele aparelho como há muito não fazia. Vozes conhecidas gritavam dentro de uma caixa grande com uma tela. Olhando por esse ponto, uma situação completamente insana. Mas, a magia do desenho animado me envolvia de tal maneira que deixei o msn e o violão no quarto para assistir aquilo.
Ví o filme todo, envolvido no frio ainda mais mágico que cruzava Porto Alegre naquela noite, bebendo um fumacento café com leite. Me sentí criança de novo. Lembrei-me das madrugadas vendo Dragon Ball e Samurai X. Das tardes brincando de Digimon e Shurato. Das horas e horas desenhando os personagens que me encantavam dentro daquela caixa louca. No colégio, era só esse o assunto. O pátio e as salas do Anne Frank, se tivessem ouvidos, estariam cansados de ouvir-nos falar sobre o último episódio de Inu Yasha ou sobre o mito do Dragon Ball AF.
Pensei em como era boa aquela vida, apressando o Tio André da van escolar pra chegar a tempo de assistir Dragon Ball Z. Essas eram as maiores preocupações: Não perder os desenhos e andar de bicicleta com os amigos. Mas um dia a gente cresce, mesmo que isso demore, e surgem os amores, as provas, as festas e os empregos, e toda aquela pureza da infancia se vai, porque a vida, que se torna cada vez mais dificil, vai calejando as pessoas, tornando-as insensiveis. Felizes são aqueles que ainda conseguem manter, mesmo que seja la no fundo, um pouco da criança que um dia foi.
Pelo menos um dia, é bom ser criança, cair, chegar em casa com as pernas roxas, com vontade de ver desenho, correr na praça e receber um xingão da mãe porque sujou toda a camiseta branca. Quem é criança sabe viver melhor, pois a inocencia e a sinceridade da infância podem solucionar todos os problemas.

Thiago M. Lacerda

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Dona desses olhos

Dos olhos azuis
Eu nunca esquecerei
Incontestavel é
A beleza que neles sempre verei

Dia e noite
Esses olhos me acompanham
Insone e louco
Aos poucos me tornaram

Dona desses olhos
Esteja sempre comigo
Inevitável é a pergunta:
Amizade ou paixão?
Thiago M. Lacerda