segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Noite e vida em versos

Caminho solitário pela rua deserta.

A luz fraca ofusca meus olhos úmidos

Quando, ao longe, revejo meus fantasmas

O céu estrelado se fecha a cada passo,

E o chão tremula sob meus pés,

Confundindo meus sentidos já inertes.

A noite é tão longa quanto o caminho

Mas nada me pára...


Thiago Lacerda

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Interrogação

Não sei pra onde vou
E nem quero ser o que não sou

Não sou mais veloz que o ar
Nem maior que o mar
Tampouco tão presente quanto o azar

Não quero ser o que não sou
E nem sei pra onde vou

Não vou para tão perto quanto a sala de estar
Nem para tão longe quanto o além-mar
E com certeza não viverei sempre a andar

Onde estou?
Pra onde vou?
O que sou?

Nada sei
Talvez nunca saiba

Mas, afinal, o que é a vida
Senão uma pergunta que nunca será respondida?

Thiago Lacerda

sábado, 13 de dezembro de 2008

Para atravessar as décadas


A vida, apaixonado me criou

E o tempo, poeta me tornou

Afim de minhas desventuras transcrever

E deixar o sentimento transparecer


Tanto amor desperdiçado,

Ao léu cruelmente jogado

Mostra o quanto carinho eu precisei

E ainda assim, solitário fiquei

Após tanta tristeza que experimentei

Aqui no papel, meu amor deixei

Já que minha paixão em nenhum coração foi aceita

Desisti de um dia encontrar a mulher perfeita


Essas mal traçadas linhas resistirão ao tempo

Pois meu amor em lugar nenhum pára

E assim aumenta dia-a-dia meu tormento

Enquanto as palavras continuam como há muito eu falara


Termino esses versos simplesmente

Dizendo que em vão e sem alvo nenhum proclamo

Já que nunca o pode dizer meu coração carente:

Eu te amo


Thiago Lacerda

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Por água abaixo...

Cai a chuva das madrugadas, a chuva que separa amantes, que aumenta distâncias e isola idéias. A água que mantém a vida também é a mesma que mantém-nos encarcerados, sob os cadernos, gastando grafite, gastando tempo, gastando idéias...
A TV só me mostra o drama alheio, que sequer consegue alcançar meu coração. Seu humor não tem graça, e suas tragédias me fazem rir. Só esporte tem me dado alegrias, e os noticiários só aumentam meu tédio.
As músicas estão ficando falhas de tanto escuta-las. O jogo de paciência é impossível, pois as cartas, de tão velhas, já se apagaram. O computador está coberto de poeira, e a lâmpada começa a piscar...
Volto então minhas mãos, que há pouco tentavam desafinadamente tocar alguma música no violão, para o caderno, enquanto minha mente está egocentricamente e inutilmente voltada somente para ela mesma. Escrevo sobre amor, sobre dor, sobre tédio, sobre problemas sem remédio e nem cura, sobre a vida dura. Gasto as tediosas horas de meu dia descrevendo e escrevendo dramas, dos quais muitos são vividos por este autor que vos fala, e perco-me por entre essas linhas confusas e idéias utópicas. Percebo então o quão inuteis são minhas horas, sejam elas gastas pelo tédio, ociosidade ou por meus textos, pois no fim, só servem para que eu possa pensar na minha vida.
Bom, por aqui vou terminando, porque o lápis está no fim, assim como as idéias, e também porque o papel já não agüenta mais meus dramas eternos e insolúveis.

Thiago Lacerda