domingo, 18 de janeiro de 2009

E a hipocrisia existe até em “sociedades filantrópicas”...

O grupo chamado Cancioneiros Literários nasceu nos corredores do famigerado Instituto Vicente Pallotti, colégio privado da Zona Norte de Porto Alegre. Como integrantes de um movimento literário incomum que nasceu no âmago de um mal projetado sistema escolar, os cancioneiros deveriam se orgulhar de sua origem e sentir honra do colégio que lhes proporcionou espaço durante algum tempo. Mas a história não aconteceu bem assim...

Na verdade, a diretoria do colégio sempre teve certa aversão ao grupo (assim como parece ter aversão a qualquer forma de pensamento fora dos padrões ou que possa trazer inovação ao nosso tão querido colégio pré-histórico). Desde a criação do grupo, os diretores da escola impunham barreiras ao grupo, que se manteve durante meses com apresentações apenas nos períodos da professora Ana Charão, ainda assim, com dificuldades em relação a espaço de espera antes das apresentações e entrada de instrumentos no prédio.

Sempre foi preferida a hipocrisia e o menor esforço ao apoio institucional e incentivo ao pensamento na sociedade, e no lixo cultural do Pallotti não era diferente, pelo contrário, a situação parecia estar mais agravada. Mais dificuldades eram impostas aos Cancioneiros e estes sempre ultrapassavam-nas sem pestanejar, até que problemas pessoais dentro do grupo foram levados até o grupo diretivo do colégio, que aproveitando a situação, tratou de estancar por ali o fluxo pensador que começava a se espalhar pelas salas de aula e tomar a mente dos alunos. Foi dito que o grupo não apresentaria mais ali e nem em lugar nenhum...

Contrariando a “previsão” dos hipócritas de plantão do Vicente Pallotti, o grupo correu atrás, e em pouco tempo já se apresentava em instituições como Rádio da UFRGS, Colégios Mãe de Deus e Farroupilha e TV Unisinos. Por incrível que pareça, a hipocrisia alheia abriu as portas para os Cancioneiros Literários, que curiosamente, se esforçam para tirar a semente hipócrita da cabeça de pequenos leitores e que, como sempre se diz, são o futuro do mundo.

Dedico esse texto como forma de agradecimento a todos os Cancioneiros que se mantiveram até aqui, e aos que não se mantiveram, e também a todos que apoiaram o grupo.


Thiago Lacerda

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