Caminhamos sob o lençol escuro pontilhado de estrelas, e quando percebí, não sabia onde estava e não tinha a menor idéia de como havia chegado ali. Em meio a uma estrada que cortava as dunas e a esparça vegetação, não haviamos feito absolutamente nada de errado, mas quando um de nós gritou "É a policia!" o primeiro instinto foi correr. Uma viatura cruzava a noite naquela estrada deserta em nossa direção. Estava na minha reta, e ao chegar em um morrinho de areia, me abaixei, enquanto meus amigos corriam, cada um para uma direção. Imaginei uma cena de filme, aquela viatura passando por cima do morrinho, e consequentemente de mim também, e seguindo reto, assim me deixando para trás, livre. Pena que nesse momento o carro parou sobre o monte de areia fina e branca, e todos nós, que antes conversavamos na beira da praia, levantamos as mãos, e tentamos conversar com os policiais armados. Não sabiamos qual era o nosso crime e nem porque corremos. Aos poucos pudemos baixar os braços, e conversar quase que intimamente com os dois policiais.
A noite se estendeu por alguns minutos antes de o segundo carro estranho daquela madrugada surgir. Era um modelo esportivo amarelo. O motorista perguntou algo a um dos policiais e seguiu. Logo atrás veio o terceiro carro, algo parecido com uma Belina ou uma Caraván, verde musgo bem velho. Não sei o que o condutor falou ao policial, mas sua reação foi imediata. No meio da briga que começou, o carro amarelo volta e seu motorista desce do carro para tomar parte na discussão. Vendo isso, o outro guarda foi ao auxilio de seu parceiro. Justamente nessa hora, vimos nossa fuga, e em uma corrida desenfreada, seguimos aquela estrada estranha até avistar os luminosos prédios do centro de uma praia que não parecia a conhecida Cidreira, mas que sabiamos que era. Chegamos enfim no centro, e com toda sinceridade, continuei sem saber o caminho de casa.
Thiago M. Lacerda
Imaginação?
ResponderExcluirPelo menos à noite eu consigo sonhar ainda :x
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