Lentamente, fui tomado por uma sensação estranha. Um cheiro doce invadiu minhas narinas, e sem o menor aviso, aquele anjo loiro tocou meu ombro esquerdo - Me acompanhe, por favor. Aquelas palavras pronunciadas por um misto de temor e desejo me aqueceram o coração, e eu fui, como um cordeiro arrastado pelo lobo.
Entrei e, olhando de viés, vi sua pequena mão de belas unhas brancas girar a chave - Pode tirar a camisa. Obedecí, e num segundo ja me encontrava deitado no balcão ao lado. Pressionou-me os pulsos, e logo em seguida senti beliscar meu peito. De olhos fechados, eu imaginava aquela situação. Não tinha coragem de abrir os olhos e o suor frio ja me escorria nas temporas, mas, desculpe a vulgaridade, eu sentia aqueles chupões no peito, subindo levemente. O que faço? O que digo? Deixo-me ser conduzido? O toque quente de suas mãos me encontrava pouco a pouco. Seu perfume estava tão impregnado em mim que já confundia meus sentidos. Lá fora, aquelas pessoas nem imaginavam o que se passava naquela salinha. Ou talvez imaginassem, pois os olhares da loira diziam tudo. Não sei quanto tempo se passou ali dentro, mas em um dado momento os beliscões terminaram. Um momento de alivio. Não sentí mais nada, além do perfume que ainda enchia o lugar. Silêncio - Pode colocar a camisa, senhor. Em alguns minutos o resultado do eletrocardiograma estará pronto.
Thiago M. Lacerda
Adoro quando termina assim! xD
ResponderExcluirOi Thiago!
ResponderExcluirPrimeira vez que venho aqui, fiquei sabendo do teu blog através do ZH. Me encantei com aquele texto publicado, e com tantos outros que encontrei aqui. Escreves muito bem, parabéns.
Estou a te seguir.
Também adoro quando termina assim! huahauhauhau
ResponderExcluirRi muito: "Me fazia de salame." xDD