quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Hipnose
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Dos olhos fundos
Com seus olhos opacos me mira
Sinto a dor do seu coração
No jeito fraco como respira
Ó, doce ilusão
De que um dia esses olhos brilharam
Nesse reflexo posso ver
Que as feridas nunca sararam
As olheiras profundas destacam
O que o olhar semi-aberto tenta esconder
A ferida profunda na alma
Que cada dia mais o faz adoecer
Sofre do mal de amor
A doença da insonia que rouba toda luz
Com uma corda no pescoço
Para o fundo do poço o conduz
A essa altura, saí da frente do espelho
Pois ja era alta madrugada
E depois de toda essa análise
A alma ainda teria que sofrer calada
Que dia é?
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Só começou
Desculpe, não dá mais pra viver assim
Perto de ti, não havia nada de mal
Agora tudo pra mim é banal
Há quanto tempo não te beijo?
Não levo nos lábios o teu sabor
Agora teus olhos eu já não vejo
Então que história é essa de amor?
Sem final feliz
Não acabou
Eu não vou desistir
Tudo só começou
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Onde está a menina?
Meu verão se foi, e esse temporal tomou seu lugar. Ainda não sei o que fazer, sinto como se tudo fosse um pesadelo, e que em segundos eu posso acordar na minha bela cadeira de praia, só um pouco torrado de sol. Mas não, não consigo acordar. Num sonho, pouco antes de ver a tempestade, uma menina maquiada me virava o rosto. Onde está a menina? Juro, vi sua face nas nuvens negras que clareiam a cada trovão, mas agora ela, que até pouco tempo estava ao meu lado, não está mais aqui. Onde está a menina?
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Não existe luau sem violão
É inevitável. Fim de ano anima qualquer um. Na verdade, o verão tem essa magia. Talvez seja o sol e o vento agradável, ou a proximidade com Natal ou Carnaval, mas que a alegria toma conta das multidões nessa época, isso ninguém pode negar. Mesmo aqueles que não vão pra praia, ou até os que passam o dia trabalhando, podem sentir esse cheiro diferente no ar. O aroma que enche os pulmões e redobra a energia é grátis, livre, e não vê credo nem cor.
O verão chega trazendo as expectativas pro ano que em breve começará. Paz, saúde, amor, dinheiro, corpo sarado. Quem não quer? Passam as sete ondinhas e derramam-se os champagnes, e cá estão as tão desejadas férias. Janeiro corre como a típica brisa suave de verão. Não existe janeiro sem descanso, assim como não existe praia sem mar, festa sem pegação ou luau sem violão. Não existe também fevereiro sem festa. Seja em Cidreira ou Salvador. Planeta Atlântida e Carnaval dominam o litoral, e de norte a sul o Rio Grande balança.
Praia, violão, fogueira, churrasco, mar, festa, futebol, caipirinha, volei, praça, sol, musica, mais festa, e festa, e festa... Quase um quarto do ano repleto de tudo isso e um pouco mais. Não necessariamente nessa ordem e intensidade, mas quase sempre com um pouco de cada. A estação dos amores rápidos, ou como já diz o termo popular, dos amores de verão pode, além de tudo isso, nos trazer de brinde um amor de verdade, que florescerá na primavera que chega. Assim como os amores, as amizades podem ser rápidas, ou com alguma sorte e talvez um toque do destino, tornarem-se fortes laços. É, o verão é realmente a estação de testes. Testamos amores e amizades, mentiras e verdades, e no fim ficamos somente com o que interessa, com o que pra acabar não há pressa. Mas, permeando tudo isso, o tempo se esgueira, e pouco a pouco nos leva ao fim, que também não deixa de ser o inicio.
Enfim chega março, e tudo vai voltando ao normal. O cheiro de alegria vai embora junto com a brisa e a maresia. Os violeiros abandonam a praia, enquanto as fogueiras apagam lentamente. A pele descasca, e com ela o verão se vai. Começa então o ano que, de uma maneira ou de outra, termina bem, pois o verão não tarda a chegar.
Thiago M. Lacerda
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Nem mais conhecido
Dias atrás, caminhava em uma rua movimentada quando encontrei esse velho amigo. Há tempos não o via. Soube que ganhara enorme fortuna como herança. Alguém como essas tias bilionárias que não conhecemos e parecem existir só nos filmes morreu, deixando para o rapaz uma quantia inimaginavel.
Mas lá estava ele, saindo de um polido carro preto, e vestindo, impecável, um terno da mesma cor do automóvel que o levara até ali. Parecia despreocupado. Parou em frente a um fino restaurante, junto de um grupo que o esperava.
Apressei o passo para encontrá-lo. Queria perguntar-lhe da vida, matar a saudade, marcar algo como nos velhos tempos. A principio me olhou receptivo. Dirigiu o olhar aos amigos que o cercavam, e novamente a mim, agora mais preocupado. A pele parda tornava-se cada vez mais pálida. O cabelo raspado que levava desde a infância parecia esquentar-lhe a cabeça, pois no rosto já lhe escorriam algumas gotas de suor. Os ombros, sempre arqueados, alinharam-se bruscamente.
Passei ao seu lado sem apresentar a mínima intimidade, mesmo porque, já me virava o rosto. Escutei um suspiro aliviado ao passar e, triste, concluí que não mais ou conhecía. Só passei reto pois um dia fora o meu amigo.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Saber amar
Insanamente tentei
Queria te-la pra te dar
Não consegui
Triste, descobri
Que não sei voar
Mas consolei-me
Pois contigo aprendi
Que mais importa saber amar